ATIVIDADE CULTURAL - CLARICE


Atividade Cultural - Clarice 

Evento: Show da Trupe Chá de Boldo e Cérebro eletrônico – Local: Sesc Ipiranga
Participantes: Clarice e Grupo de amigos
Escolha do evento: Na última Virada Cultura descobri, dando algumas voltas no centro da cidade de São Paulo, uma banda totalmente diferente  ( Trupe Chá de Boldo - 13 membros, sendo cada um com uma característica peculiar), partir disto a Trupé virou um som do meu cotidiano. Sendo somente tinha escutado algumas músicas sobre a banda cérebro eletrônico, porém já havia escutado falar bastante sobre o vocalista , Tatá Aeroplano. Quando vi a programação do SESC achei totalmente imperdível, principalmente por ser no Ipiranga (perto de casa).
Ida: Nos encontramos na estação Vila Prudente de Metrô (16: 30)  e pegamos o ônibus Hospital Ipiranga e descemos próximos ao Museu do Ipiranga, demos um volta pelo jardim e fomos ao SESC ( que se localiza atrás do museu).
Lá:
Tomamos um café com bolo de nozes enquanto colocávamos o papo em dia (os preços do SESC são totalmente bons se compararmos com o shopping -1,70 um café!!). O local estava bem movimentado, havia terminado algum tipo de show de marionetes no jardim no fundo dos SESC , havia muita movimentação de crianças e seus respectivos pai.


O show começou um pouco mais tarde do que o previstos e estava bem vazio:


Mais tarde chegou um pouco mais de gente, um pessoal bem variado em estilos bem marcantes, assim como os membros da banda ( no geral todos muito coloridos) 
O primeiro impacto do início do show: o palco era muito pequeno para tantas pessoas (ainda que havia somente 11 dos 13 integrantes da Trupé e o show seria divido – metade seria da Chá de boldo e outra parte do Cérebro eletrônico – ainda bem , seria muito difícil tanta gente, tantos fios e tantos instrumentos .... .

A maioria das fotos ficaram profundamente ruins, tinha muito gelo seco ; ao longo do show foi melhorando  um pouco assim como houve uma interação e troca de integrantes entre as banda; até teve uma hora em que um amigo da banda invadiu o palco e cantou com  o grupo ....
O show da trupe foi sensacional, musicas bem diferentes ( uma mistura de samba, frevo, musica eletrônica, jazz, marchinhas de carnaval; com letras bem peculiares e irônicas , sendo que o estilo lembra muito o movimento tropicalista, porém repaginado e modernizado)  e muitas coreografias para cada música ( as 3 meninas da banda sempre faziam coreografias juntas, enquanto os rapazes sempre pareciam estar mais de improviso). O vocalista principal, o Galo, estava bem animado e durante os intervalos das músicas contava histórias e falava do encontro histórico, assim como fez uma homenagem a Torquato Neto e reclamou de como os 40 anos da sua morte não está sendo lembrado ( Galo disse que ele teria sido uma pessoa curva,  a história estaria cheia de retas e ele teria sido um ponto fora, teria sido uma ``cara curva``) , também citou uma parte de música quando estava falando como os artistas ``curvas`` são vistos:``você olha nos meus olhos e não vê nada – é assim mesmo que eu quero ser olhado``.
Houve um tempo entre troca de palco em que os cantores falaram dos projetos das duas bandas (fariam outro show na mesma semana em tributo a Sergio Sampaio). Depois se iniciou o show do cérebro eletrônico, foi uma grande modificação de estilo musical, agora era um rock mais pesado e só havia 5 integrantes, sendo que fiquei profundamente impressionada com o vocalista Tatá Aeroplano: ele é a cara do Cazuza , assim como tem uma voz muito parecida!
 As letras eram bem diferentes da Trupé, esta era mais irônica e brincalhona, a do cérebro eram mais críticas e pesadas. O engraçado foi ver toda a trupe no fundo da plateia pulando e cantando todas as músicas, agitando o pessoal que estava bem ``paradão`` assistindo o show. Depois no final todos os 18 músicos subiram no palco para o bis, foi um momento de descontração total e despedida. 

Relação com Identidade e Cultura 
 Acredito que todos os músicos presentes no show foram como o Galo falou `` caras curvas``, a Trupé me parece ser uma mistura bem brasileira em questões musicais (especialmente de percussão), além de fazerem ``piadas`` bem inteligentes de certos acontecimentos, como o último apagão ou sobre a rua Augusta ( para quem tiver maior interesse podem acessar o site da banda: http://cargocollective.com/trupechadeboldo- os dois Cds da banda estão disponíveis para Dowload) .
A cérebro apresentava musicas mais críticas sobre postura contra as drogas e homofobia, brincando com aspectos de Deus X Diabo ( o próprio início do show cantaram a música que intitula o seu último disco `` Deus e o diabo no liquidificador``, sendo que no início há encarnação do diabo pelo baterista- no site da banda há a possibilidade de escutar todas as músicas: http://cerebroeletronico.com/deod/ ).
As duas bandas me pareceram muito com a identidade líquida de Bauman, uma mistura de múltiplas referências, - seria ``formada e transformada continuamente em relação às formas pelas quais somos representados ou interpelados nos sistemas culturais que nos rodeiam`` (HALL apud TILIO, 2009,p. 111)- assim como buscam certos tipos de tentativas de reavivar um passado musical que a muito tempo está em segundo plano (como tropicalismo brasileiro).  As visões de mundo transmitidas através das bandas transmitem uma identidade dos próprios membros , da ideia de que são e de quem são outros ao redor.`` A identidade social deve ser entendida como a forma pela qual os indivíduos se percebem dentro da sociedade em que vivem e pela qual percebem os outros em relação a eles próprios``(BRADLEY apud TILIO, 2009,p. 110). 
Entendo que as críticas feitas, por exemplo, são uma forma de transmitir uma forma de enxergar o mundo, uma opinião construída pelo envoltório cultural que os compositores apresentam (suas referências, histórias de vida, contexto cultural ... ). Assim como, vejo a música como uma forma de transmitir a cultura e moldar a identidade daqueles que a escutam. 

Volta
Por volta das 20 horas acabou e show e voltamos nossas respectivas casas trocando algumas idéias sobre as músicas e sobre os artistas.

Sensações no dia seguinte 

Sensação de quebra de rotina e fiquei com algumas melodias tocando incessantemente na minha cabeça.





Um comentário:

  1. Muito bom, legal ficar com as músicas na cabeça, sinal que a experiência foi intensa.

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